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PEIXES LIMPADORES - Os faxineiros do mar

Estudos mostram que espécies de peixes ornamentais marinhos são fundamentais para o ecossistema recifal. Diversas epécies de peixes ornamentais que embelezam os aquários são espécies importantes para o equilíbrio desse ecossistema. Algumas espécies, classificadas como peixes-limpadores, são responsáveis pela retirada de crustáceos parasitas do corpo de peixes maiores. A retirada dos limpadores vai empobrecendo os recifes e causando o desequilíbrio ambiental. Novas pesquisas estimam que os recifes até sobreviveriam sem os pequenos trabalhadores, mas de um outro modo: a quantidade de peixes seria menor, não tão sadios, o número de espécies seria reduzido e, muito provavelmente, os muito dos parasitados teriam morrido.

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Estudos mostram que espécies de peixes ornamentais marinhos são fundamentais para o ecossistema recifal.
Diversas epécies de peixes ornamentais que embelezam os aquários são espécies importantes para o equilíbrio desse ecossistema.
Algumas espécies, classificadas como peixes-limpadores, são responsáveis pela retirada de crustáceos parasitas do corpo de peixes maiores.
A retirada dos limpadores vai empobrecendo os recifes e causando o desequilíbrio ambiental. Novas pesquisas estimam que os recifes até sobreviveriam sem os pequenos trabalhadores, mas de um outro modo: a quantidade de peixes seria menor, não tão sadios, o número de espécies seria reduzido e, muito provavelmente, os muito dos parasitados teriam morrido.

Esta relação entre os organismos dos recifes, chamada de simbiose de limpeza, não tinha recebido tanta atenção por parte de estudiosos brasileiros. A pesquisa da Unicamp é a primeira a apresentar as informações de forma organizada. O zoólogo Ivan Sazima, professor da Unicamp, revela que se surpreendeu com os números obtidos na investigação das espécies. Ao todo, durante as pesquisas, foram observadas 25 espécies diferentes. A equipe decidiu concentrar a atenção em apenas quatro espécies: o paru ( Pomacanthus paru), bodião-de-noronha (Thalassoma noronhanum,), góbio-néon (Elacatinus figaro) e o góbio (Elacatinus randalli), por estarem presentes em toda a costa brasileira.

Todas as epécies em estudo são relativamente comuns e limpam um grande conjunto de outras espécies - seus CLIENTES.
Sendo o góbio-neon, o mais espalhado, pois vem de nordeste a sul e se destaca por fazer limpeza em todas as fases de sua vida. Quem presta esse tipo de serviço é chamado de limpador especializado. O néon vive de um a três anos no máximo. As importâncias do néon e o paru se equivalem, apesar de o segundo limpar só na fase juvenil.

Como o Serviço de Limpeza é Prestado?

Os pequenos peixes limpadores, com suas lindas colorações brilhantes, medem de 2 a 12 centímetros, mas estão entre os organismos responsáveis por manter o equilíbrio e a qualidade dos recifes.
Esses pequenos peixes trabalham duro em toda a costa, na higienização de seus "clientes", desde pequenos peixes-borboleta (de 7 a 13 centímetros) até a garoupa-pintada (de 1 a 2 metros). Há indícios de que os limpadores são reconhecidos pelos "clientes" por suas cores contrastantes (preto e amarelo ou azul e branco) e de que os peixes conhecem bem a localização de uma estação de limpeza.
Esses peixes-limpadores desfilam pelos recifes de coral onde vivem, expondo-se a peixes maiores - os clientes - fazendo uma faxina no corpo deles.
O serviço inclui a retirada de crustáceos parasitas, muco e tecido morto ou doente dos "clientes" durante a limpeza. A limpeza envolve até a região das brânquias e a boca das outras espécies. Em alguns eventos foram observados animais abrindo a boca para ser atendidos pelos limpadores. Os "clientes" já conhecem as estações de limpeza.
Enquanto corre o trabalho, ligeiros toques de nadadeiras do limpador produzem estímulo táctil no cliente, que permanece numa pose incomum, como se estivesse em transe.


A cerimônia de limpeza tem seus rituais: peixes grandes param, muitas vezes deitam de lado ou ficam oblíquos com a cabeça inclinada para baixo ou para cima. Chegam até a mudar de cor para atrair os limpadores. As sessões demoram de alguns segundos a 15 minutos, como no caso da limpeza de um badejo.Mesmo quando o peixe está escondido, descansando, eles ficam esperando atendimento.
O movimento diário de clientes nas estações varia conforme a região: cada limpador atende cerca de cem clientes por dia no litoral sudeste, perto de 500 no mar da Bahia e até mil em Fernando de Noronha, conforme dados da pesquisa da Unicamp.
As interações de limpeza podem ser feitas de cem a mil vezes ao dia em "estações de limpeza". E, o mesmo cliente pode recorrer à estação de limpeza mais de uma vez por dia.

Os limpadores menores não ocupam mais que um metro quadrado no espaço de sua comunidade, e dormem nas frestas de rochas e recifes. Os limpadores maiores não cobrem mais do que cinco metros quadrados. Sair dali é um perigo. Existe uma regra de ouro: na zona de limpeza, ninguém é atacado. Fora desse cenário, porém, o cliente pode transformar-se em predador.

Comportamento Curioso:
O Comportamento do o bodião-limpador (Labroides dimidiatus) é objeto de estudo na ‘Science’.
Como, em via de regra, cliente insatisfeito troca de fornecedor, o bodião-limpador aplica uma punição nos colegas de trabalho que não fazem uma faxina berm feita, aplicando uns cascudos
Sua atitude um tanto anti ética, é para preservar o contrato. Nessa relação simbiótica, todo mundo sai ganhando: o bodião enche a barriga e o contratante do serviço, sai limpinho.
Entretanto, descreve-se a atenção para detalhes interessantes: os alvos de bronca do peixe-pau-mandado são sempre as fêmeas; que aparentemente, não ligam muito para o conceito de satisfação total do cliente. Elas, na maioria das vezes, causam toda essa confusão por pura gula.

Do ponto de vista evolutivo, este comportamento ajuda a compreender melhor o comportamento humano, que é bem mais complexo e a solidariedade social, onde grupos de uma comunidade trabalham com dedicação, mantendo a igualdade necessária à sobrevivência do grupo, baseados na integração da coletividade.

Esse comportamento, onde há um encontro de interesses complementares pode criar um laço social novo, o que pode fazer com que a sociedade de solidariedade mecânica se transforme.